30. ALBUS E TOM
CAPÍTULO TRINTA
❛ albus e tom ❜
— ELE TEM BONS motivos para suspeitar de Draco Malfoy. — Deanna tentou tranquilizar Hermione depois que ela lhe contou sobre a teoria de Harry de que Malfoy é um Comensal da Morte. Depois de sua conversa com Pansy Parkinson, Deanna prometeu manter o que sabia em segredo, e ela também manteria sua promessa a Harry, mantendo-se atenta a qualquer coisa suspeita, mas, aparentemente, Malfoy estava detido naquele domingo, então como ele fez isso?
— Mas ainda assim...
— Não se preocupe. Se isso te tranquilizar, eu falo com ele. — Deanna deu um tapinha em seu ombro e xingou mentalmente quando viu a hora. Ela já estava atrasada por alguns minutos. — Te vejo mais tarde, hein? — ela começou a correr em direção ao escritório do diretor. Ela estava tão envolvida em sua conversa com Hermione que quase se esqueceu de sua aula com Dumbledore e Harry.
Hermione a observou ir embora com um sorriso suave antes de seguir em direção à sala comunal. Pelo menos, suas preocupações tinham ido embora devido à conversa com Deanna. Ela só esperava que a garota realmente falasse com Harry. Ela só estava preocupada com seu amigo, afinal.
— Estou aqui! — Deanna ofegou quando chegou e lá estavam Harry e Dumbledore, sorrindo para ela. Ela notou que Dumbledore parecia exausto quando o viu naquela manhã e contou a ele sobre Katie Bell. — Pai... Onde você estava?
— Em breve, amor. No devido tempo... — Dumbledore então deu um tapinha na Penseira. — Vamos começar agora. Você vai se lembrar, tenho certeza, que deixamos o conto dos primórdios de Lord Voldemort no ponto em que o belo trouxa, Tom Riddle, abandonou sua esposa bruxa, Mérope, e retornou para sua casa de família em Little Hangleton. Mérope foi deixada sozinha em Londres, esperando o bebê que um dia se tornaria Lord Voldemort.
— Como o senhor sabe que ela estava em Londres?
— Por causa da evidência de um tal de Caractacus Burke... — disse Dumbledore. — Que, por uma estranha coincidência, ajudou a fundar a mesma loja de onde veio o colar que acabamos de discutir.
Dumbledore bebeu o conteúdo da Penseira e um velhinho se levantou como um fantasma, mas seu cabelo cobria seus olhos.
— Sim, nós o adquirimos em circunstâncias curiosas. Foi trazido por uma jovem bruxa pouco antes do Natal, oh, muitos anos atrás. Ela disse que precisava muito do ouro, bem, isso era óbvio. Coberto de trapos e bem avançado... Indo ter um bebê, veja. Ela disse que o medalhão tinha sido de Slytherin. Bem, ouvimos esse tipo de história o tempo todo, 'Oh, este era de Merlin, este era, seu bule de chá favorito', mas quando olhei para ele, tinha sua marca, tudo bem, e alguns feitiços simples foram o suficiente para me dizer a verdade. Claro, isso o tornou quase inestimável. Ela não parecia ter ideia de quanto valia. Feliz em ganhar dez galeões por ele. Melhor barganha que já fizemos!
Dumbledore sacudiu a Penseira e Caractacus Burke retornou à memória.
— O medalhão da sonserina? Ele o comprou por apenas 10 galeões? — Deanna franziu a testa para isso. — Ela precisava de ouro, ela estava grávida. Ele não poderia dar a ela um pouco mais?
— Caractacus Burke não era famoso por sua generosidade. — disse Dumbledore. — Então sabemos que, perto do fim de sua gravidez, Mérope estava sozinha em Londres e desesperadamente precisando de ouro, desesperada o suficiente para vender sua única e valiosa posse, o medalhão que era uma das preciosas relíquias de família de Marvolo.
— Mas ela podia fazer mágica! — disse Harry impacientemente. — Ela poderia ter conseguido comida e tudo para si mesma por mágica, não poderia?
— Ah. — disse Dumbledore. — Talvez ela pudesse. Mas é minha crença - estou chutando de novo, mas tenho certeza de que estou certo - que quando seu marido a abandonou, Mérope parou de usar magia. Não acho que ela quisesse mais ser uma bruxa. Claro, também é possível que seu amor não correspondido e o desespero que a acompanha tenham minado seus poderes; isso pode acontecer. Em todo caso, como você está prestes a ver, Mérope se recusou a levantar sua varinha mesmo para salvar sua própria vida.
— Ela nem ficaria viva pelo filho? — perguntou Harry.
Dumbledore levantou as sobrancelhas. — Você poderia estar sentindo pena de Lord Voldemort? — Deanna levantou uma sobrancelha para a pergunta dele, mas percebeu que ele estava perguntando porque era inesperado que Harry se sentisse assim, especialmente porque ele e Voldemort estavam destinados a ser inimigos. Ela viu Dumbledore olhando para ela e assentiu para dizer que estava bem.
— Não. — disse Harry rapidamente enquanto olhava para Deanna. — Mas ela tinha uma escolha, não tinha, não como minha mãe...
— Sua mãe também teve uma escolha. — disse Dumbledore gentilmente.
— Merope Riddle viveu uma vida de dor e sofrimento. — Deanna falou calmamente. — Uma família preconceituosa e abusiva. Ela forçou o marido a amá-la, mas no final, ele também foi embora. O filho precisava dela, mas ela escolheu a morte. Apesar do erro que ela cometeu ao forçar Tom Riddle Sr. a ficar com ela por meio de uma poção do amor, também devemos considerar as circunstâncias dela.
— Bem dito, pequena fênix. — Dumbledore assentiu em aprovação. — Agora, se vocês dois se levantarem...
— Para onde estamos indo, senhor?
— Desta vez... — disse Dumbledore enquanto estavam em frente à Penseira. — Vamos entrar na minha memória. Acho que você a achará rica em detalhes e satisfatoriamente precisa. Depois de vocês, amor, Harry...
O rosto de Deanna atingiu a superfície da Penseira e logo, eles estavam em uma velha rua de Londres. Um sorriso se espalhou pelo rosto de Deanna ao ver o ambiente familiar.
— Animada, querida? — Dumbledore riu da excitação estampada no rosto dela.
— Eu perdi, Pops. Aí está você! — Deanna apontou para onde o Dumbledore mais jovem estava atravessando a rua. Ele tinha longos cabelos castanhos avermelhados e uma barba mais curta. Ele também estava usando seu terno de veludo ameixa.
— Belo terno, senhor. — Harry comentou, fazendo Deanna e Dumbledore rirem. Eles seguiram o Dumbledore mais jovem até a frente de um prédio sombrio com grades altas. Ele subiu os poucos degraus que levavam à porta da frente e bateu uma vez. Depois de um momento ou dois, a porta foi aberta por uma garota desleixada usando um avental.
— Boa tarde. Tenho um encontro com uma Sra. Cole, que, creio eu, é a diretora daqui?
— Oh. — disse a garota perplexa. — Hum... Só um mon... SRA. COLE! — ela berrou por cima do ombro. Houve um grito distante em resposta e a garota se virou para Dumbledore. — Entre, ela está a caminho.
O trio seguiu o Dumbledore mais novo para o corredor e uma mulher magra veio em sua direção enquanto conversava com outro ajudante. — E leve o iodo lá para cima para Martha, Billy Stubbs tem tirado suas crostas e Eric Whalley está escorrendo por todos os seus lençóis - catapora além de tudo. — sua voz morreu quando ela finalmente notou Dumbledore.
— Boa tarde. — disse Dumbledore, estendendo a mão. A Sra. Cole simplesmente ficou boquiaberta. — Meu nome é Albus Dumbledore. Enviei uma carta solicitando uma reunião e você gentilmente me convidou para vir aqui hoje.
A Sra. Cole piscou. — Ah, sim. B-bem, então - é melhor você entrar na minha sala. Sim. — eles entraram em uma pequena sala, e ela fez sinal para o jovem Dumbledore se sentar em uma cadeira.
— Estou aqui, como lhe disse na minha carta, para discutir Tom Riddle e os arranjos para seu futuro. — disse Dumbledore. Deanna agora percebeu onde eles estavam. O orfanato em que Tom vivia. O Orfanato de Wool.
— Vocês são da família? — perguntou a Sra. Cole.
— Não, eu sou um professor. — disse Dumbledore. — Eu vim oferecer a Tom uma vaga na minha escola.
— Que escola é essa então?
— Chama-se Hogwarts. — disse Dumbledore.
— E por que você está interessado no Tom?
— Acreditamos que ele tem as qualidades que procuramos.
— Você quer dizer que ele ganhou uma bolsa de estudos? Como ele pode ter feito isso? Ele nunca foi inscrito para uma.
— Bem, o nome dele está registrado em nossa escola desde que nasceu...
— Quem o registrou? Seus pais?
Dumbledore então tirou sua varinha do bolso do terno e pegou um pedaço de papel da mesa da Sra. Cole. Ele acenou sua varinha e fez o papel passar voando por ela. — Aqui, acho que isso vai deixar tudo claro.
— Isso parece perfeitamente em ordem. — a Sra. Cole abaixou o jornal e então seus olhos caíram sobre a garrafa de gim e dois copos que certamente não estavam presentes alguns segundos antes. — Er - posso lhe oferecer um copo de gim?
— Muito obrigado. — disse Dumbledore, sorrindo. A Sra. Cole serviu um copo generoso de gim para ambos e esvaziou o seu de um gole só. Ela sorriu para Dumbledore pela primeira vez, e o Professor usou isso a seu favor. — Eu estava pensando se você poderia me contar alguma coisa sobre a história de Tom Riddle? Acho que ele nasceu aqui no orfanato?
— É isso mesmo. — disse a Sra. Cole, servindo-se de mais gim. — Eu me lembro muito bem, porque eu mesma tinha acabado de começar aqui. Véspera de Ano Novo e frio cortante, nevando, sabe. Noite horrível. E essa garota, não muito mais velha do que eu na época, veio cambaleando escada acima. Bem, ela não foi a primeira. Nós a acolhemos, e ela teve o bebê em uma hora. E ela morreu em outra hora. — a Sra. Cole assentiu impressionantemente e tomou outro gole generoso de gim.
— Ela disse alguma coisa antes de morrer? — perguntou Dumbledore. — Alguma coisa sobre o pai do garoto, por exemplo?
— Agora, como acontece, ela fez. — disse a Sra. Cole alegremente. — Eu lembro que ela me disse, 'Espero que ele se pareça com o papai', e eu não vou mentir, ela estava certa em esperar isso, porque ela não era nenhuma beldade - e então ela me disse que ele deveria se chamar Tom, em homenagem ao pai, e Marvolo, em homenagem ao pai dela - sim, eu sei, nome engraçado, não é? Nós nos perguntamos se ela veio de um circo - e ela disse que o sobrenome do menino seria Riddle. E ela morreu logo depois disso sem outra palavra. Bem, nós o nomeamos exatamente como ela disse, parecia tão importante para a pobre menina, mas nenhum Tom, nem Marvolo, nem nenhum tipo de Riddle jamais veio procurá-lo, nem nenhuma família, então ele ficou no orfanato e está aqui desde então... Ele é um menino engraçado.
— Sim. — disse Dumbledore. — Eu pensei que ele poderia ser.
— Ele também era um bebê engraçado. Ele quase nunca chorava, sabe. E então, quando ele ficou um pouco mais velho, ele era... Estranho.
— Estranho em que sentido? — perguntou Dumbledore gentilmente.
— Bem, ele... — Sra. Cole se interrompeu e encarou Dumbledore. — Ele definitivamente tem uma vaga na sua escola, você disse?
— Com certeza. — disse Dumbledore.
— E nada que eu diga pode mudar isso?
— Nada. — disse Dumbledore.
— Você vai levá-lo embora, não importa o que?
— Não importa o que. — repetiu Dumbledore gravemente.
A Sra. Cole olhou para ele por um momento antes de falar rapidamente. — Ele assusta as outras crianças.
— Você quer dizer que ele é um valentão? — perguntou Dumbledore.
— Acho que ele deve ser. — disse a Sra. Cole, franzindo a testa ligeiramente. — Mas é muito difícil pegá-lo fazendo isso. Houve incidentes... Coisas desagradáveis... — outro gole. — O coelho de Billy Stubbs... Bem, Tom disse que ele não fez isso e não vejo como ele poderia ter feito, mas mesmo assim, ele não se enforcou nas vigas, não é?
— Eu não acho isso. — disse Dumbledore calmamente.
— Mas estou confusa se sei como ele chegou lá para fazer isso. Tudo o que sei é que ele e Billy discutiram no dia anterior. E então... — a Sra. Cole tomou outro gole de gim. — No passeio de verão - nós os levamos para fora, você sabe, uma vez por ano, para o campo ou para o litoral - bem, Amy Benson e Dennis Bishop nunca mais se recuperaram, e tudo o que conseguimos deles foi que eles entraram em uma caverna com Tom Riddle. Ele jurou que eles tinham apenas ido explorar, mas algo aconteceu lá dentro, tenho certeza. E, bem, houve muitas coisas, coisas engraçadas... Não acho que muitas pessoas ficarão tristes em vê-lo pelas costas.
Deanna manteve o rosto composto apesar dos olhares preocupados que Harry e Dumbledore tinham sobre ela. Ela nunca soube que Tom tinha feito isso, mas, novamente, ela nunca pensou que ele mataria Myrtle. Honestamente, ela não estava mais tão surpresa.
— Você entende, tenho certeza, que não o manteremos permanentemente? — disse Dumbledore. — Ele terá que retornar aqui, no mínimo, todo verão.
— Oh, bem, isso é melhor do que uma pancada no nariz com um atiçador enferrujado. — disse a Sra. Cole enquanto se levantava. — Imagino que você gostaria de vê-lo?
— Muito. — disse Dumbledore, levantando-se também. Ela o deixou sair do escritório e subir as escadas, gritando instruções para os ajudantes e crianças enquanto passava. Deanna sentiu pena dos órfãos que tiveram que crescer assim. Ela se sentiu muito grata por ter Dumbledore ao seu lado.
— Aqui estamos. — disse a Sra. Cole, quando pararam do lado de fora da primeira porta em um longo corredor. Ela bateu duas vezes e entrou. — Tom? Você tem uma visita. Este é o Sr. Dumberton - desculpe, Dunderbore. Ele veio para lhe dizer - bem, vou deixá-lo fazer isso.
Os quatro entraram no quarto e Deanna cerrou os punhos, seu coração batendo forte contra o peito. Neste pequeno quarto vazio com apenas um guarda-roupa, uma cadeira de madeira e uma cama de ferro, estava o pequeno Tom Riddle, tão bonito quanto na primeira vez que Deanna o conheceu.
— Deanna? — Harry perguntou preocupado.
— Estou bem. — Deanna deu um tapinha nas costas dele e sorriu tranquilizadoramente. Tom Riddle então olhou para Dumbledore com os olhos semicerrados. Um momento de silêncio...
— Como vai, Tom? — perguntou Dumbledore, andando para frente e estendendo a mão. Tom hesitou antes de pegá-la e apertar sua mão. — Eu sou o Professor Dumbledore.
— 'Professor'? — repetiu Tom cautelosamente. — Isso é como 'doutor'? O que você está fazendo aqui? Ela te chamou para me dar uma olhada? — ele estava apontando para a porta pela qual a Sra. Cole tinha acabado de sair.
— Não, não. — disse Dumbledore, sorrindo.
— Eu não acredito em você. — disse Tom. — Ela quer que eu seja examinado, não é? Diga a verdade! — os olhos de Deanna se arregalaram com isso. Ela franziu a testa para a versão mais velha de seu pai e se perguntou por que ele nunca lhe contou sobre isso. Todo esse tempo, ela brigou com ele por defender Tom, sem saber que ele tinha um motivo para pensar diferente. Por outro lado, mesmo que ele lhe contasse, ela teria sido a pessoa teimosa que era e acreditaria na luz em Tom Riddle.
Tom parou de encarar Dumbledore, que continuou sorrindo. — Quem é você?
Tom pareceu furioso com isso, afastando-se de Dumbledore. — Você não pode me enganar! O hospício, é de lá que você é, não é? 'Professor', sim, claro bem, eu não vou, viu? Aquele velho gato é quem deveria estar no hospício. Eu nunca fiz nada para a pequena Amy Benson ou Dennis Bishop, e você pode perguntar a eles, eles vão te contar!
— Eu não sou do hospício. — disse Dumbledore pacientemente. — Eu sou um professor e, se você se sentar calmamente, eu lhe contarei sobre Hogwarts. Claro, se você preferir não vir para a escola, ninguém irá forçá-lo...
— Eu gostaria de vê-los tentar. — zombou Tom.
— Hogwarts... — continuou Dumbledore. — É uma escola para pessoas com habilidades especiais...
— Eu não sou louco!
— Eu sei que você não é louco. Hogwarts não é uma escola para loucos. É uma escola de magia.
Tom congelou com isso, mas ele estava encarando os olhos de Dumbledore como se tentasse pegá-lo mentindo. — Magis? — ele repetiu em um sussurro.
— É isso mesmo. — disse Dumbledore.
— É... É magia, o que eu posso fazer?"
— O que é que você consegue fazer?
— Todos os tipos. — Tom respirou animadamente. — Eu posso fazer as coisas se moverem sem tocá-las. Eu posso fazer os animais fazerem o que eu quero que eles façam, sem treiná-los. Eu posso fazer coisas ruins acontecerem com pessoas que me irritam. Eu posso fazê-las se machucar se eu quiser.
Deanna não conseguiu evitar a dor em seu coração com isso. Saber que Tom vinha fazendo coisas horríveis desde criança de repente a fez desejar tê-lo conhecido antes. Talvez ela pudesse tê-lo ajudado.
— Eu sabia que era diferente. — Tom sussurrou enquanto se sentava. — Eu sabia que era especial. Sempre soube que havia algo.
— Bem, você estava certo. — disse Dumbledore, que não estava mais sorrindo, mas observando Tom atentamente. — Você é um bruxo.
Tom olhou para Dumbledore. — Você também é bruxo?
— Sim, eu sou.
— Prove. — ordenou Tom. — Diga a verdade.
Dumbledore levantou as sobrancelhas. — Se, como eu entendo, você está aceitando seu lugar em Hogwarts...
— Claro que sim!
Deanna pulou com o grito que veio da versão jovem de Tom Riddle. Em sua tenra idade, ele já estava querendo poder. De repente, ela se lembrou da profecia. Sede de poder. Vê-lo agora fez Deanna perceber que ele poderia ter se tornado Lord Voldemort mais cedo ou mais tarde. Não importa o quanto ela tente ajudar uma pessoa a mudar, ela não faria isso. Não se fosse isso que ela queria em primeiro lugar.
— Então você vai me chamar de 'Professor' ou 'senhor'.
Os olhos de Tom endureceram por um momento antes de ele falar educadamente. — Sinto muito, senhor. Eu quis dizer - por favor, Professor, você poderia me mostrar?
Dumbledore sacou sua varinha e apontou para o guarda-roupa surrado. Com um aceno de sua varinha, o guarda-roupa explodiu em chamas. Tom pulou de pé com raiva no rosto, mas antes que pudesse dizer algo, Dumbledore agitou sua varinha mais uma vez e as chamas desapareceram, deixando o guarda-roupa intacto.
Tom olhou do guarda-roupa para Dumbledore; então, com uma expressão gananciosa, ele apontou para a varinha. — Onde posso conseguir uma delas?
— Tudo a seu tempo. — disse Dumbledore. — Acho que tem alguma coisa tentando sair do seu guarda-roupa. — houve um leve barulho lá dentro, e Tom pareceu assustado pela primeira vez.
— Abra a porta. — disse Dumbledore. Tom hesitou, então cruzou o quarto e abriu a porta do guarda-roupa. Na prateleira mais alta, uma pequena caixa de papelão tremia e chacoalhava como se houvesse vários ratos frenéticos presos dentro dela.
— Tire-a. — disse Dumbledore. Tom tirou a caixa trêmula. Ele parecia nervoso.
— Há algo naquela caixa que você não deveria ter? — perguntou Dumbledore.
Tom lançou a Dumbledore um olhar longo, claro e calculista. — Sim, suponho que sim, senhor. — ele disse finalmente, com uma voz inexpressiva.
— Abra. — disse Dumbledore.
Tom tirou a tampa e despejou o conteúdo na cama. Havia uma bagunça de pequenos objetos cotidianos, como um ioiô, um dedal de prata e mais. Eles pararam de tremer imediatamente.
— Você os devolverá aos donos com suas desculpas. — disse Dumbledore calmamente, guardando sua varinha de volta em sua jaqueta. — Eu saberei se isso foi feito. E esteja avisado: Roubo não é tolerado em Hogwarts.
Tom simplesmente encarou Dumbledore friamente antes de falar com uma voz igualmente fria. — Sim, senhor.
— Em Hogwarts... — Dumbledore continuou. — Nós ensinamos vocês não apenas a usar magia, mas a controlá-la. Vocês têm - inadvertidamente, tenho certeza - usado seus poderes de uma forma que não é ensinada nem tolerada em nossa escola. Você não é o primeiro, nem será o último, a permitir que sua magia o leve embora. Mas você deve saber que Hogwarts pode expulsar alunos, e o Ministério da Magia - sim, existe um Ministério - punirá os infratores ainda mais severamente. Todos os novos bruxos devem aceitar que, ao entrar em nosso mundo, eles obedecem às nossas leis.
— Sim, senhor. — disse Tom novamente. Seu rosto estava inexpressivo enquanto ele colocava seus objetos roubados de volta na caixa. Quando terminou, ele se virou para Dumbledore. — Eu não tenho dinheiro nenhum.
— Isso é facilmente remediado. — disse Dumbledore, tirando uma bolsa de couro do bolso. — Há um fundo em Hogwarts para aqueles que precisam de assistência para comprar livros e vestes. Você pode ter que comprar alguns de seus livros de feitiços e assim por diante de segunda mão, mas...
— Onde você compra livros de feitiços? — interrompeu Tom, que havia pegado a pesada bolsa de dinheiro sem agradecer a Dumbledore e agora estava examinando um gordo galeão de ouro.
— No Beco Diagonal. — disse Dumbledore. — Tenho sua lista de livros e material escolar comigo. Posso ajudar você a encontrar tudo...
— Você vem comigo? — perguntou Tom, olhando para cima.
— Certamente, se você...
— Eu não preciso de você. — disse Tom. — Estou acostumado a fazer as coisas sozinho, ando por Londres sozinho o tempo todo. Como você chega a esse Beco Diagonal - senhor? — ele acrescentou, chamando a atenção de Dumbledore.
Após um momento de silêncio, Dumbledore entregou a Tom o envelope com a lista de equipamentos e explicou como chegar ao Caldeirão Furado. — Você poderá vê-lo, embora os trouxas ao seu redor - pessoas não mágicas, claro - não o façam. Pergunte por Tom, o barman - fácil de lembrar, pois ele compartilha seu nome... — Tom deu uma contração irritada, como se tentasse afastar uma mosca irritante. — Você não gosta do nome 'Tom'?
— Há muitos Tom. — murmurou Tom. Então, ele perguntou. — Meu pai era um bruxo? Ele também era chamado de Tom Riddle, me disseram.
— Receio não saber. — disse Dumbledore, com voz gentil.
— Minha mãe não pode ter sido mágica, ou ela não teria morrido. — murmurou Tom. — Deve ter sido ele. Então - quando eu tiver todas as minhas coisas - quando eu vou para essa Hogwarts?"
— Todos os detalhes estão no segundo pedaço de pergaminho em seu envelope. — disse Dumbledore. — Você partirá da Estação King's Cross no dia primeiro de setembro. Há uma passagem de trem lá também.
Tom assentiu. Dumbledore se levantou e estendeu a mão novamente. Pegando-a, Tom disse: — Eu posso falar com cobras. Descobri quando fomos ao campo em viagens - elas me encontram, elas sussurram para mim. Isso é normal para um bruxo?
— É incomum. — disse Dumbledore, após um momento de hesitação. — Mas não inédito. — eles se encararam por um momento, então Dumbledore quebrou o aperto de mão e caminhou até a porta. — Adeus, Tom. Vejo você em Hogwarts.
— Acho que está bom. — disse o Dumbledore de cabelos brancos, e alguns segundos depois, eles estavam de volta ao escritório de Dumbledore. — Sentem-se. — Deanna e Harry obedeceram imediatamente.
— Ele acreditou muito mais rápido do que eu - quero dizer, quando você disse a ele que ele era um bruxo. — disse Harry. — Eu não acreditei em Hagrid no começo, quando ele me contou.
— Sim, Riddle estava perfeitamente pronto para acreditar que ele era - para usar suas palavras - 'especial'. — disse Dumbledore.
— Você tinha alguma pista então? Você sabia? — Deanna perguntou a ele.
— Eu sabia que tinha acabado de conhecer o bruxo das Trevas mais perigoso de todos os tempos? — disse Dumbledore. — Não, eu não tinha ideia de que ele iria crescer para ser o que é. No entanto, eu certamente estava intrigado por ele. Voltei para Hogwarts com a intenção de ficar de olho nele, algo que eu deveria ter feito de qualquer forma, dado que ele estava sozinho e sem amigos, mas que, já, eu sentia que deveria fazer pelo bem dos outros tanto quanto pelo dele.
— Seus poderes, como você ouviu, eram surpreendentemente bem desenvolvidos para um bruxo tão jovem e - o mais interessante e ameaçador de tudo - ele já havia descoberto que tinha algum controle sobre eles, e começou a usá-los conscientemente. E como você viu, eles não eram os experimentos aleatórios típicos de bruxos jovens: ele já estava usando magia contra outras pessoas, para assustar, punir, controlar. As pequenas histórias do coelho estrangulado e do menino e da menina que ele atraiu para uma caverna eram muito sugestivas... 'Eu posso fazê-los sofrer se eu quiser...'
— E ele era um ofidioglota. — interrompeu Harry.
— Sim, de fato; uma habilidade rara, e supostamente conectada com as Artes das Trevas, embora, como sabemos, existam Ofidioglotas entre os grandes e os bons também. Na verdade, sua habilidade de falar com serpentes não me deixou nem de longe tão desconfortável quanto seus instintos óbvios de crueldade, segredo e dominação.
— O tempo está nos fazendo de bobos de novo. — disse Dumbledore, indicando o céu escuro além das janelas. — Mas antes de nos separarmos, quero chamar sua atenção para certas características da cena que acabamos de testemunhar, pois elas têm grande influência nos assuntos que discutiremos em reuniões futuras. Primeiramente, espero que você tenha notado a reação de Riddle quando mencionei que outro tinha o mesmo primeiro nome, 'Tom'?
Deanna e Harry assentiram.
— Lá ele mostrou seu desprezo por qualquer coisa que o ligasse a outras pessoas, qualquer coisa que o tornasse comum. Mesmo assim, ele desejava ser diferente, separado, notório. Ele abandonou seu nome, como você sabe, poucos anos depois daquela conversa e criou a máscara de 'Lord Voldemort' atrás da qual ele esteve escondido por tanto tempo.
— Eu confio que vocês também notaram que Tom Riddle já era altamente autossuficiente, reservado e, aparentemente, sem amigos? Ele não queria ajuda ou companhia em sua viagem ao Beco Diagonal. Ele preferia operar sozinho. O Voldemort adulto é o mesmo. Você ouvirá muitos de seus Comensais da Morte alegando que são de sua confiança, que somente eles são próximos a ele, até mesmo o entendem. Eles estão errados e iludidos. Havia apenas uma pessoa que ele deixou entrar, mas ele perdeu essa pessoa também.
Deanna sabia que suas últimas palavras eram pertinentes a ela, então ela simplesmente afundou em seu assento. Isso a estava deixando confusa, triste e com raiva... A informação que ela tinha obtido naquela noite. Ver que Tom já estava se rendendo à escuridão em uma idade jovem a fez se sentir mal. Ela desejou tê-lo conhecido antes, talvez isso pudesse ter mudado alguma coisa, mas então, você pode mudar uma pessoa que não queria mudar? Todo esse tempo, Deanna estava pensando que era culpa dela que ele tivesse se tornado daquele jeito... Talvez, não fosse tudo culpa dela. Ambos fizeram suas escolhas, ambos tinham suas crenças. E foi isso que Tom escolheu.
— Espero que você não esteja com sono demais para prestar atenção nisso, Harry - o jovem Tom Riddle gostava de colecionar troféus. Você viu a caixa de artigos roubados que ele tinha escondido em seu quarto. Eles foram tirados de vítimas de seu comportamento intimidador, lembranças, se preferir, de pedaços particularmente desagradáveis de magia. Tenha em mente essa tendência de pega, pois isso, em particular, será importante mais tarde.
— Agora, amor, se você não se importa, eu gostaria de mostrar a Harry uma última lembrança antes que a noite acabe. — Dumbledore virou-se para ela. — Posso mostrar a ele a primeira vez que você e Tom Riddle se conheceram?
Deanna hesitou antes de assentir, aproximando-se de Dumbledore. Harry a observou com um olhar preocupado. Ele não entendia como ela se sentia. Tudo o que ele pensava de Voldemort era um inimigo, a pessoa que matou seus pais, mas para Deanna, ele era um amigo. Ele foi seu primeiro amor.
— Tem certeza de que está bem, amor? — Dumbledore sussurrou com preocupação. Ele pode ter pedido para ela fazer isso, mas não queria deixá-la desconfortável. Ao mesmo tempo, ele também queria que ela entendesse Voldemort para que ela o deixasse ir completamente.
— Sim, Pops. Eu tenho. — Deanna sorriu para ele e Harry de forma tranquilizadora.
Era a verdade. Ela queria ver aquela memória novamente agora, depois de ver parte do passado de Voldemort. Talvez fosse para se convencer de que havia uma chance de Tom não ser Voldemort. Talvez fosse para se convencer de que ela não sentia mais falta de Voldemort. Havia tantas razões possíveis pelas quais ela queria ver aquela memória novamente, e talvez fosse uma mistura de todas as razões que ela pensava. Deanna queria entender, e era disso que ela precisava.
Com um aceno, Dumbledore apontou sua varinha para a cabeça de Deanna e ela sentiu um leve formigamento onde Dumbledore havia recuperado a memória de seu primeiro encontro com Tom Riddle. Ele derramou a substância prateada na Penseira e juntos, eles mergulharam na Penseira.
Deanna sorriu para o ambiente familiar. Ela estava na sala de aula de História da Magia, e o Professor Binns estava flutuando na frente dela, falando com um tom desinteressado. — Dumbledore, suas notas em História da Magia nem são dignas de serem classificadas como Troll. Você sabe disso, não sabe?
— Sim, senhor! — a jovem Deanna Dumbledore com um sorriso disse. Ela estava usando suas vestes da Lufa-Lufa.
— Você parecia inocente. — Harry comentou ao lado dela.
— Oh, ela era... Tão inocente que até fez um nome para si mesma. Ariana angelical. — Dumbledore disse com uma pitada de provocação que fez ele e Harry rirem e Deanna fazer beicinho.
— E então, depois de alguma deliberação, decidi designar um tutor para você.
— Sim senhor, vou largar História - o quê? — Deanna exclamou com os olhos arregalados. A atual Deanna riu disso. Ela estava feliz esperando ser removida daquela classe, mas ela teve muita sorte, e o Professor Binns simplesmente não desistiu dela. Se ela tivesse estudado mais sobre essa matéria, ela nunca teria se aproximado de Tom Riddle.
— Sim, agora, entre. — o professor Binns gritou. A porta se abriu e Deanna olhou para trás, seus olhos se arregalando mais uma vez. Tão bonito quanto ele tinha sido na memória anterior... Não, sua atratividade tinha até crescido conforme ele também crescia, lá estava Tom Marvolo Riddle com um sorriso encantador.
— Olá, professor. — Tom curvou-se levemente para o Professor Binns e virou-se para Deanna. Surpreendentemente, seu sorriso vacilou levemente enquanto ele observava a lufa-lufa na frente dele. Os dois se encararam como se o Professor Binns não estivesse ali. Foi uma atração instantânea, e de alguma forma, Deanna sorriu quando não sentiu a aceleração de seu coração que seu eu mais jovem estava sentindo naquele momento.
Tom quebrou o encarar primeiro e colocou o sorriso no rosto mais uma vez. — Meu nome é Tom Riddle. Serei seu tutor de História da Magia.
— D-Deanna Dumbledore, é um prazer. — Deanna sorriu largamente para ele e quando apertaram as mãos, ela sentiu seu rosto esquentar. No entanto, ela se recompôs e manteve o sorriso no rosto. Logo, Deanna sentiu-se voando e eles estavam de volta ao escritório de Dumbledore.
— Ele foi gentil. — disse Harry com clara surpresa em seu tom.
— De fato, Harry. Havia apenas uma pessoa que poderia entrar no coração de Voldemort. Havia apenas uma pessoa que ele já amou. — Dumbledore sorriu levemente para sua filha, que sorriu de volta para ele, seu coração se sentindo mais leve com isso.
Deanna não sabia que entender o passado de Tom e aprender mais sobre ele poderia esclarecer muitas coisas e fazê-la se sentir melhor. Muitas perguntas foram respondidas e, de alguma forma, ela se sentiu pronta para a próxima vez que teria que enfrentar Voldemort.
Harry saiu depois de perguntar sobre o anel e desejar-lhes boa noite. Deanna imediatamente deu um abraço em seu pai. — Obrigada, Pops... Por tudo. Eu te amo.
— Eu também te amo, minha pequena fênix. — Dumbledore a abraçou de volta com a mesma força. — Presumo que você tenha perguntas, e vou deixar que me faça três por esta noite.
— Okay. — Deanna sentou-se na frente dele enquanto ponderava o que deveria perguntar. — Por que eu consigo entender as cobras?
— Sua conexão com Voldemort. — Dumbledore falou suavemente. — Como suas mentes e almas estão conectadas, de alguma forma vocês podem entender a língua das cobras também. É apenas um palpite deste velho, mas é o melhor que tenho.
Deanna apenas assentiu e se perguntou se deveria contar a ele sobre seus encontros com Voldemort, mas decidiu não fazê-lo. — Sobre a profecia... — Dumbledore congelou com isso, mas assentiu para esconder seu nervosismo.
— Ele vai ter que morrer, não é? — a pergunta de Deanna deixou Dumbledore surpreso por um momento, mas ele assentiu.
— De fato, amor. Voldemort teria que morrer... E ele teria que se arrepender de seus pecados para sempre. O maior medo de Voldemort é a morte. — Dumbledore disse calmamente, embora seu coração estivesse batendo mais rápido. — E sua morte é o fim desta guerra.
— Entendo... — Deanna assentiu em resposta antes de sorrir para Dumbledore. — Obrigada por me mostrar tudo, Pops. Percebi que precisava saber para entender. Sempre tive pensamentos sobre ele sem nem mesmo entendê-lo. Sei que ele tem que morrer, mas ainda tenho esperança de que ele possa mudar antes disso... Ou talvez, ele possa mudar na vida após a morte. Ele também merece ter uma vida melhor. Uma com uma mãe, um pai e alguém que ele ame e o ame de volta. De qualquer forma, agora sei que o deixei ir. Ele
— Estou orgulhoso de você, Deanna... — Dumbledore apertou a mão dela com a sua boa. — Você cresceu bem, amor.
— Obrigada, Pops... — Deanna sorriu para ele. — E não inclua isso nas minhas perguntas, mas você vai contar a mim e a Harry sobre o que aconteceu com sua mão, certo?
— Sim, amor. — Dumbledore riu disso. — Você não quer saber agora?
— Eu sei, mas acho que será mais fácil para você contar para mim e para Harry ao mesmo tempo, então vou esperar. — Deanna sorriu mais uma vez. — Agora, para minha última pergunta. Você acha que podemos comer cachorro-quente no café da manhã amanhã?
— Oh céus.
Dumbledore e Deanna riram disso. Talvez, ambos Dumbledores tivessem uma jornada difícil pela frente, mas o importante era que eles tinham um ao outro. Era uma promessa tácita entre eles que nenhum deles jamais cruzaria os dedos. Enquanto pudessem... Eles lutariam, tudo pelo bem maior.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro